quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Monólogo de um eleitor

O silêncio contido nas linhas que se intersectam, uma voz activa , protesto inaudível que tenta a mudança que não se efectua.
- Cobardes, é o que a maioria é! Gritam as mudas linhas e continuam: -Mais valia não terem gasto tinta, dobrado o papelinho e colocado na urna, tal como vos foi entregue, se milhões de pessoas o fizessem, isso sim seria uma vitória! Ou não... nem eu tive coragem de o efectuar.
Algum tempo depois ainda continuo a remoer na escolha, ao menos não foi no establishment, tento contentar-me assim, mas depressa soa: -Será que foi a acertada?
-Pois, se houvesse uma maior renovação dos quadros políticos, gente ambiciosa e competente.... Hmmm, idealismos da minha parte, em política e nos partidos especialmente poucos são os que insurgem abertamente face às elites partidárias, ou quando o fazem, devido a "situações várias", não são tomados em conta e são anuladas as suas opiniões.
- Aterra! Já votaste e mostraste que não estás satisfeito com eles!
Ainda inquieto quero acreditar que as mudas linhas que se intersectam são um grito de protesto, que certamente não mudarão o país, mas que também quero acreditar, embora com grandes reservas, poderão ajudar a alterar a situação para algo um pouco melhor.

Escrito algures entre as eleições legislativas e autárquicas 2009.